sexta-feira, 18 de junho de 2010
http://garimpandomidia.blogspot.com/2010/06/pagu.html
PAGÚ
 
  Um encontro com a jornalista e agitadora cultural  Patrícia Galvão Por Márcia Costa Patrícia Galvão veio ao meu  encontro em Santos, há seis anos, quando a atriz Christiane Tricerri estava na  cidade para apresentar no Sesc, onde eu trabalhava como assessora de imprensa,  sua peça Pagu Que. Afim de produzirmos uma reportagem para a retransmissora de  uma TV local, eu e Christiane circulamos por alguns espaços que marcaram a vida  de Pagu/Patrícia: a Cadeia Velha, hoje transformada em Oficina Cultural Pagu,  primeiro cárcere da militante política, uma das prisões mais assustadora da  década de 30. Caminhamos pelos canais, onde a atriz declamou o poema Canal.  Chegamos até a praia, um dos lugares preferidos de Patrícia em Santos. Não houve  tempo para visitarmos o túmulo de Patrícia no Cemitério do Paquetá, a praça  erguida na entrada da cidade de Santos em sua homenagem, a Praça da  Independência, que ela frequentava assiduamente por causa do Bar Regina (ponto  de encontro de intelectuais e amantes da arte), o jornal A Tribuna, onde  trabalhou nos seus últimos anos de vida, o Teatro Municipal (erguido após uma  luta da cidade que ela levou para o jornal), além de outros locais onde Patrícia  deixou sua marca. Mas houve tempo suficiente para trocarmos idéias sobre  Patrícia, sobre a vida. Este encontro provocou em mim a dupla admiração por  Christiane e Patrícia, duas mulheres apaixonadas pelo teatro, pela arte, pela  vida e pelas idéias. Duas mulheres instigantes. Durante nossa conversa, contei a  Christiane que gostaria de fazer mestrado e ela rapidamente me sugeriu estudar  os textos de Patrícia em A Tribuna, algo ainda não explorado. Essa vereda ficou  guardada em minha memória por algum tempo. Anos depois, no mestrado em  Comunicação, ao buscar uma jornalista que tivesse dado grande contribuição  cultural para a cidade e o país, busquei por Patrícia nas páginas do jornal  santista. Não conheci a fundo Christiane, o que seria muito bacana, mas por meio  dela conheci Patrícia e entendi o quanto esta figura a fascinou. Agora nossos  caminhos voltam a se cruzar para celebrar o centenário de Patrícia na Casa das  Rosas – Christiane vai falar de teatro e de Patrícia, eu falarei sobre o  jornalismo de Patrícia junto com Juliana Neves (programação completa aqui). Lá  também encontrarei outros e outras fascinados (as) pela obra-vida de  Pagu/Patrícia, como a professora Lúcia Teixeira Furlani, há duas décadas  debruçada sobre o assunto. Nas páginas de A Tribuna estão os registros de uma  jornalista que ensinou aos seus leitores e a mim sobre literatura, arte, vida.  Nelas estão os registros das atividades de Patrícia como agitadora cultural,  além de escritora, tradutora e diretora de teatro. Os textos de Patrícia e as  entrevistas de testemunhas da época revelaram este seu duplo papel tanto como  intelectual presente na redação quanto na vida cultural, práticas que buscou  relacionar e às quais se dedicou exclusivamente após abandonar a militância  político-partidária. De 1954 a 1962, criou no jornal colunas semanais sobre  literatura, teatro e TV, foi repórter de cultura e fez até o horóscopo, além de  ter traduzido na imprensa obras de autores como Sigmund Freud, Octávio Paz,  Eugène Ionesco e Henri Heine (algumas destas traduções foram realizadas em  parceira com Geraldo Ferraz, seu companheiro e editor do jornal). Em 1956, em  uma das primeiras colunas sobre TV no país – e uma das mais duradouras colunas  criadas por ela –, intitulada Viu? Viu? Viu?, realizava comentários sobre  programas de televisão sob o pseudônimo Gim. Leia a matéria na Integra  aqui: http://ow.ly/20iTv  
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